Doenças Genéticas e inclusão escolar no Estado do Rio Grande do Norte

Autores

  • DELANNE CRISTINA SOUZA DE SENA-FONTINELE CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX - UNIFACEX
  • ANANILIA NIEDJA DOS SANTOS SILVA
  • DANNY ELLEN WANESSA F. DE A. PEREIRA
  • DANIELE BEZERRA DOS SANTOS CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX - UNIFACEX
  • SILVIA BEATRIZ FONSECA DE MELO CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX - UNIFACEX
  • ANILEIDE GOMES LEITE CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX - UNIFACEX

Palavras-chave:

Doença genética, Unidade de Referência, Qualidade de vida, Inclusão escolar.

Resumo

O RN está entre os estados brasileiros com maior número de pessoas com deficiência em consequência de doenças genéticas. Entretanto, não se sabe ao certo a frequência com que essas doenças aparecem na população, nem tampouco o real efeito que têm sobre a saúde e a qualidade de vida do ser humano. O principal fator que leva a esse quadro é a falta de conhecimento e investimentos no setor; em geral, o diagnóstico dessas doenças requer métodos específicos, testes caros e medicamentos de alto custo. O presente estudo teve como objetivo possibilitar uma melhor compreensão acerca das doenças genéticas, bem como a observação da inclusão escolar de pessoas com deficiência devido a essas doenças. A pesquisa aconteceu na modalidade descritiva e exploratória, de natureza básica, com procedimentos do tipo documental, foi realizado levantamento bibliográfico a partir de literatura específica, bem como, dados coletados no Centro de Reabilitação Infantil (CRI). Neste trabalho, a partir da análise dos dados obtidos no CRI no período de Janeiro de 2012 a Novembro de 2013 foram identificadas as doenças mais comuns que representam apenas uma parcela (12) de um total de mais de 100 doenças diagnosticadas na Unidade. No período analisado, o CRI atendeu a aproximadamente 83.834 casos, destes 59,03% do sexo masculino, 28,04% com idade entre 5 e 9 anos, 96,97% oriundos do Estado do RN. Em relação à inclusão social no Estado, ainda é incipiente, ou seja, existe iniciativa pelos órgãos e escolas, mas ainda está em processo de adaptação, com um grau elevado de discriminação. Neste contexto, o papel do professor está vinculado a três etapas: 1ª) Criar situações, 2ª) Mediar conflitos e 3ª) Procurar se capacitar. Conclui-se que o levantamento bibliográfico e os dados fornecidos pelo CRI, foi relevante, o que nos permitiu contextualizar os conhecimentos sobre Doença Genética e Inclusão Social. Bem como, abordar como vem sendo tratado esse tema em sala de aula e como é a aceitação e o convívio escolar dessas pessoas com doença genética evidenciaram e possibilitaram um olhar mais preciso e que poderá servir de base para estudos posteriores a respeito do tema em análise.

 

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Publicado

2018-11-29

Como Citar

SENA-FONTINELE, D. C. S. D., SILVA, A. N. D. S., PEREIRA, D. E. W. F. D. A., SANTOS, D. B. D., MELO, S. B. F. D., & LEITE, A. G. (2018). Doenças Genéticas e inclusão escolar no Estado do Rio Grande do Norte. REVISTA HUMANO SER, 1(1). Recuperado de https://periodicos.unifacex.com.br/humanoser/article/view/573

Edição

Seção

Artigos de Revisão