CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E O CUIDADO DA SAÚDE PRIMÁRIA: UM ESTUDO DE CASO DA COMUNIDADE RURAL DE MENDES, SÃO JOSÉ DE MIPIBU/RN.
Palavras-chave:
Plantas medicinais. Conhecimento popular. Etnobotânica. FitoterapiaResumo
Esse trabalho foi realizado no povoado de Mendes, zona rural do município de São José de Mipibu/RN, tendo como principal objetivo realizar um levantamento qualitativo e quantitativo em relação ao conhecimento popular de plantas medicinais, especificamente objetivou-se descrever as plantas utilizadas com maior freqüência pela população, assim como a forma de preparo e a sua indicação para determinada finalidade comparando-as com a indicação da literatura (reformular título). Foram entrevistadas 100 pessoas, no período de junho a outubro de 2012, sendo realizadas visitas semanalmente nas casas e estabelecimentos comerciais dos moradores do próprio povoado. Do total de entrevistados, 82% confirmaram utilizar as plantas medicinais, sendo mais de 60 espécies citadas pela população na cura e prevenção de diversas patologias. A pesquisa mostrou que as plantas medicinais são bastante utilizadas e valorizadas pela população do povoado, sendo assim uma herança cultural a sua utilização visto que se tratar de uma alternativa barata e eficaz. Esses conhecimentos podem tornar-se relevantes para o desenvolvimento de futuros estudos etnobotânicos, para o desenvolvimento da comunidade local, e posteriormente para se chegar à comprovação científica de determinadas ações terapêuticas das plantas medicinaisReferências
ALBUQUERQUE, U. P. de.; ANDRADE, L. H. C. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Acta Botânica Brasilica, DF, v.16, n.3, p. 273-285, 2002.
ALBUQUERQUE, H. N. de. et al. Uso de plantas medicinais no tratamento de répteis em cativeiro: um estudo preliminar. Revista de Biologia e Ciência da Terra. v. 4, n. 1,p. 2-7 2004.
ALBUQUERQUE, U. P. & LUCENA, R. F. P. Métodos e técnicas para coleta de dados. In:______. Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica. Recife :NUPEEA/Livro Rápido, 2004, p. 37-62.
AMORIM, M. F. Cem plantas medicinais. 2000. Disponível em: , acesso em: 02 de set. 2009.
AMOROZO, M. C. M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista 1996, p. 230.
AMOROZO, M. C. M. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antonio do Leverger, MT. Acta Botanica Brasilica, Brasília, DF, v. 16, n. 2, p. 189-203, 2002.
ANNICHINO, G. P. et al. Medicina caseira em sete localidades da região de Bauru, SP. Cad. Saúde pública, Rio de Janeiro,v.2, n.2, jun. 1986.
ARNOUS, A. H. ; SANTOS, A. S.; BEINNER, R. P. C. Plantas medicinais de uso caseiro- conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista espaço para a saúde, Londrina, v. 6, n. 2, p. 1-6, Jun. 2005.
AZEVEDO, S. K. S. de.; SILVA,I.M. Plantas medicinais e de uso religioso comercializados em mercados e feiras livres no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Revista Acta Botanica Brasilica, DF,. v.20, n.1, p 185-194, 2006.
BALBACH, A. As plantas curam. São Paulo: EDEL, 1986, p. 417.
BAUER B. A. Herbal Therapy: what a clinician needs to know to counsel patients effectively. May o Clin Proc., v.75, n.8, p.835-41, 2000.
BERNARD, H. R. Research methods in cultural. Newbury Park, SAGE Publications anthropology. 1988.
BITTENCOURT, S. C. ; CAPONI, S.; FALKENBERG, M.de.B,. O uso das plantas medicinais sob prescrição médica: pontos de diálogo e controvérsias com uso popular. Revista Brasileira de farmacognosia, v. 12, p. 89-91, 2002.
BONTEMPO, M. Receitas médicas naturais. São Paulo: Alude, 2008, p. 29-54.
BUENO, N.R. et al. Medicinal plants used by the kaiowá and guarani indigenous populations in the carappó reserve, Mato Grosso do Sul, Brazil. Revista Acta Botanica Brasilica, DF, v.19, n.1, p.39-44, 2005.
BRUNING, J. A saúde brota da natureza. 9.ed. Curitiba: Educa; 1990.
CAMARGO,M. T. L. ARRUDA. Medicina popular: aspectos metodológicos
para pesquisa. São Paulo: ALMED, 1985.
CECHINEL F., V.; YUNES, R. A. Estratégias para a obtenção de compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais. Conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade. Revista Química Nova, v.21, n.1, 1998.
CORREA, P. M. Dicionário de plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Brasília: Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento, Florestal, Brasil,1984,
p.474–475, v.5.
CORTEZ, L. E. R.; JACOMOSSI, E.; CORTEZ, D. A. G. levantamento das plantas medicinais utilizadas na medicina popular de Umurama, PR. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, v.3, n.2, p.97- 104, 1999.
De SMET PAGM. Health risks of herbal remedies: An update. Clin Pharmacol Ther, v.76, p. 1-17, 2004.
EISENBERG D.Trends in alternative medicine use in the United States. J Am Med Assoc, v.280, p.1569-1575,1998.
FRANÇA, I. S. X. de. et al. Medicina popular: benefícios e maléficos das plantas medicinais. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília; v.61, n.2, p. 201-8, mar./abr 2008.
FIOCRUZ/CICT/SINITOX (Fundação Oswaldo Cruz/Centro de Infor¬mação Científica e Tecnológica/Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas). Medicamentos. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox/medicamentos.htm>. Acesso em: 09 out 2006.
FONSECA-KRUEL, V. S. ; MEDEIROS, M.F.T. ; ANDREATA, R.H.P. Plantas medicinais e seus usos pelos sitiantes da Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 391-399, 2004.
FUNARI, C.S.; FERRO, V.O. Uso ético da biodiversidade brasileira: necessidade e oportunidade. Revista brasileira de farmacognosia . Braz J. pharmacogn. v.15, n.2, abr/jun. 2005.
GUARIM, V. L. M.S et.al Inventory of a Mesotrophic Callisthene Cerradão in the
Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Edinburg Journal of Botany, v.3, p.429-436,
KUZUYA, H. et al. Determination of aloenin, barbaloin and isobarbaloin in Aloe species by micellar electrofinect chromatography. J Cromatogr, v. 752, p. 91-97,2001.
LAINETTI, R.; BRITO, N. R. S. A saúde pelas plantas e ervas do mundo inteiro. Rio de Janeiro : Ediouro, 1980.
LANINI, J. et al. O que vem da terra não faz mal- relatos de problemas relacionados ao uso de plantas medicinais por raizeiros de Diadema-SP. Revista Bras de Farmacog Braz J. pharmacogn. v.19,n.1, p. 121- 129, jan/mar. 2009.
LEÃO, R. B. A.; FERREIRA, M. R. C.; JARDIM, M. A. G. Levantamento de plantas de uso terapêutico no município de Santa Bárbara do Pará, Estado do Pará, Brasil. Revista Bras. Farm., v.88, n.1, p. 21-25, 2007.
LEITAO, F. et al. Urban Ethnobotany in Petrópolis and Nova Friburgo (Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, p. 333-342, 2009.
LEUNG, A. Encyclopedia of common natural ingredients used in food, drugs and cosmetics. John Willey, New York, 1980, p.176-178.
LORENZETTI, B.B. et al. Myrcene mimics the peripheral analgesic activity of lemongrass tea. J Ethnopharmacol, v.34, p.43-48, 1991.
MARTIN, G. J. Ethnobotany: a methods manual.Chapman & Hall. 1995.
MATOS, F.J.A. Plantas medicinais, guia de seleção e emprego de plantas medicinais no Nordeste do Brasil. Local: IOCE, 1989,p.146.v.2.
______. Farmácias vivas: sistema de utilização de plantas medicinais projetado para pequenas comunidades. 2.ed. Fortaleza: EUFC, 1994.
______. Farmácias vivas. 3.ed. Fortaleza: Editora UFC, 1998.
______. Plantas medicinais :guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2.ed. Fortaleza: Imprensa universitária da UFC, 2000.
______. Farmácias vivas. 4. ed. rev. Fortaleza: UFC/SEBRAE, 2002.
MEDEIROS, J. R. et al. Composition of the bioactive oils from the leaves of Eugenia stipitata Mc Vaugh ssp. Sororia from the Azores. J. Essent Oil Res, v.15, p. 293-295,2003.
MENGUE, S. S.; MENTZ, L. A.; SCHENKEL, E. P. O uso de plantas medicinais na gravidez. Revista brasileira de Farmacognosia. v.11, n.1, p.21-35. 2001.
MING, L. C. Amazônia contra a malária. Pesquisa Fapesp, São Paulo - SP, p. 87 - 89, 01 jun. 2004.
MONTELLANO, O. B. Empirical Aztec Medicine. SCIENCE, p. 188-215, 1975.
MOREIRA, R.C.T.; COSTA, L.C.D.B.; COSTA, R.C.S.; ROCHA, E.A. Abordagem Etnobotânica acerca do Uso de Plantas Medicinais na Vila Cachoeira, Ilhéus, Bahia, Brasil. Acta Farmacéutica Bonaerense, Buenos Aires, v. 21, n. 3, p. 205‐211, 2002.
NEWALL, C. A; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Plantas medicinais: guia para profissional da saúde. Londres: Premier, 2002.
NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Revista Infarma, v.19, n.1, p. 32-38, 2007.
OLIVEIRA, C. J. de.; ARAÚJO, T. L. de.. Plantas medicinais: usos e crenças de idosos portadores de hipertensão arterial. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.9, n.1, p. 93 - 105, 2007. Disponível em: < http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n1/v9n1a07.htm> Acesso em: 14 set, 2009.
OMER MEFA, ELNIMA EI. Antimicrobial activity of Ximenia americana. Fitoterapia, n.74, p. 122-126, 2003.
PILLA, M. A. C.; AMOROZO, M. C. de. M.; FURLAN, A. Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martin Francisco, município de Mogi- Mirim, SP, Brasil. Revista Acta Botanica Brasilica, v.20, n.4, p. 789-802, 2006.
PINTO, E. de. P. P; AMOROZO, M. C. de. M; FURLAN, A. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de mata atlântica- Itacaré, BA, Brasil. Revista Acta Botanica Brasilica, v.20, n.4, p. 751-762, 2006.
REZENDE, H. A.; COCO M. I. M. A utilização de fitoterapia no cotidiano de uma população rural. Revista Esc Enferm USP, v. 36, n.3, p. 282-8, 2002.
SACRAMENTO, H. T. Legislação para produção, jornada comercialização e uso de plantas medicinais. In: Paulista de Plantas Medicinais. Anais. Botucatu: UNESP. 2001.
SANTOS, F. D. dos. Tradições populares de uso de plantas medicinais na Amazônia. Revista História Ciências, Saúde, v.6, p. 919-938,2000.
SCHENKEL, E. P. Cuidados com medicamentos. Florianópolis (SC): UFSC; 1996.
SCHENKEL, E. P.; et al. (Org.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS; Florianópolis: Editora da UFSC, 2000, p.755-788.
SILVA F. L. A. et al. Uso de plantas medicinais pelos idosos em uma Estratégia de Saúde da Família Revista de enfermagem da UFPE, v.2, n.1, p. 9-16, 2008.
SILVA, N. S. da. et al. Plantas medicinais usadas nos distúrbios do trato gastrointestinal no povoado Colônia Treze, Lagarto, SE, Brasil. Revista Acta Botanica Brasilica. v.20, n.4, p. 815-8298, 2006.
SCHULZ, V.; HÄNSEL, R.; TYLER, V. E. Fitoterapia racional. 4. ed. São Paulo: Manole, 2002, p. 205-220.
SOUSA, C. D. de.; FELFILI, J. L. O uso de plantas medicinais de Alto Paraíso de Goiás, Go, Brasil. Revista Acta Botanica Brasilica. v.20, n.1, p. 135-142, 2006.
STEINERT, J.; KHALAJ.S.; RIMPLER. M. High-performance liquid chromatografhic separation of some naturally occurring naphathoquinomes and antharaquinonoes. J Cromatogr A., v. 723, p. 206-209,1996.
UNANDER, D. W.; WEBSTER, G. L.; BLUMBERG, B. S.; J. ethnopharmacol., v.45, p.1, 1995.
VEIGA Jr. V. F; MACIEL, M. A. M, PINTO, A. C. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova v.28, p. 519-528, 2005.
VEIGA J. V. F. da.; MELLO, J. C. P. As monografias sobre plantas medicinais. Revista Bras de Farmacog Braz J. pharmacogn. v.18, n.3, p. 464- 471, Jul/Set, 2008.
VEIGA.J, V. F. da. Estudo de consumo de plantas medicinais na região centro norte do estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Bras de Farmacog Braz J. pharmacogn. v.18, n.2, p. 308-313, Abr/Jun, 2008.