A ABORDAGEM TERRITORIAL COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL: NOTAS E CONTRIBUIÇÕES ANALÍTICAS

Autores

Resumo

Por muito tempo a ideia de desenvolvimento esteve estritamente ligada a questões econômicas. Entretanto, algumas teorias trazem um sentido mais amplo para o desenvolvimentismo, que contemplam para além de questões econômicas, questões sociais, culturais, entre outros, entendo que as concepções de capacidade, bem-estar e liberdade são fundamentais na promoção do desenvolvimento. No que diz respeito ao desenvolvimento no meio rural, especificamente no Brasil, há uma diversidade de pesquisas na academia que tratam de teorias e de experiências acerca de estratégias para o desenvolvimento rural. A concepção do rural como algo atrasado e reduzido apenas a atividade agrícola impediu que o Brasil tivesse um histórico de gestão pública que olhasse através da perspectiva da multisetorialidade. Nesse sentido, o presente artigo busca sistematizar as postulações contemporâneas acerca da abordagem territorial e sua importância no desenvolvimento rural. A metodologia possui uma abordagem qualitativa, através de pesquisa bibliográfica no tema. Concluímos que as produções acadêmicas apontam para um avanço na consolidação da dimensão territorial e que algumas ações e experiências do poder público possibilitaram um avanço no desenvolvimento rural ao mesmo tempo em que abriram possibilidades analíticas e práticas. As abordagens regionais e territoriais, a serem discutidas neste artigo, possuem seus limites e vantagens para se pensar um desenvolvimento rural que contemple as demandas específicas do campo.

Biografia do Autor

Marcos Aurélio Freire da Silva Júnior, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestre em Estudos Urbanos e Regionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPEUR/UFRN) na linha de Espaços Rurais e Dinâmicas Territoriais. Pós-graduando no curso de especialização em Administração Pública (Unesa). Graduado em Gestão de Políticas Públicas (UFRN). Pesquisador do Laboratório de Estudos Rurais (LabRural/UFRN) na linha de Estado, Instituições, Atores e Políticas Públicas. Realiza pesquisas na área de juventude, participação social, juventude rural, movimentos sociais e Estado.

Referências

ABRAMOVAY, Ricardo. O futuro das regiões rurais. Porto Alegre: UFRGS, 2003, 149 p.

BACELAR, Tânia. Por uma política nacional de desenvolvimento regional: ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 30, n. 2, p. 144-161, abr.-jun. 1999.

BEZERRA, Olívia Maria de Paula Alves et al. Promoção da aquisição de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar em Territórios da Cidadania de Minas Gerais e Espírito Santo. Revista de Nutrição, Campinas, v. 26, n. 3, p. 335-342, maio /jun. 2013.

BRANDÃO, Carlos. Teorias, estratégias e políticas regionais e urbanas recentes: anotações para uma agenda do desenvolvimento territorializado. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n. 107, p. 57-76, jul./dez. 2004.

GHESTI, João P.; SILVA, Sandro P. A abordagem territorial do programa Leader na Europa e sua transferência institucional ao contexto latino-americano: uma análise crítica. Boletim Regional, Urbano e Ambiental, n.14, p. 219-231, jun. 2016.

GRISA, Cátia; SCHNEIDER, Sérgio; ROZENDO, Cimone; BASTOS, Fernando. Ambiente institucional, governança e performance do PAA: Uma análise nos estados do Rio Grande do Sul e do Rio Grande do Norte”. Ministério do Desenvolvimento Social, Relatório de pesquisa CNPq, 2017.

HAESBAERT, Rogério. Região, diversidade territorial e globalização. GEOgraphia, n. 1, p. 15-39, 1999.

HAESBAERT, Rogério. Territórios em disputa: desafios da lógica espacial zonal na luta política. Campo-Território, Ed. Especial do XXI ENGA-2012, p.1-17, jun. 2014.

MILANI, Carlos. O princípio da participação social na gestão de políticas públicas locais: uma análise de experiências latino-americanas e europeias. Revista de Administração Pública – RAP, Rio de Janeiro, v. 42, n. 3, p. 551-579, set. 2008.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2002, 80p.

MOURA, Joana T. V. de.; MOREIRA, Ivaldo de S.; GOMES, Sandra. Gestão participativa territorial como parte de arranjos institucionais indutores da efetividade: um estudo de caso de dois Colegiados Territoriais. Redes - Santa Cruz do Sul, v. 22, n. 3, p. 65-89, set./dez. 2017.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2007. 232p.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, 174p.

SCHNEIDER, Sérgio. A abordagem territorial do desenvolvimento rural e suas articulações externas. Sociologias, Porto Alegre, n. 11, p. 88-125, jan./jun. 2004.

SCHNEIDER, Sérgio; TARTARUGA, Iván. G. P. Território e abordagem territorial: das referências cognitivas aos aportes aplicados à análise dos processos sociais rurais. Raízes, Campina Grande, v. 23, n. 1 e 2, p. 99-116, jan./dez. 2004.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SILVA, José Graziano da. A modernização dolorosa: estrutura agrária, fronteira agrícola e trabalhadores rurais no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, 192p.

SILVA, Marcelo K.; ROCHA, Ana G.; ALVES, Marcia C. Desenvolvimento territorial e associativismo: uma análise comparativa. Tomo (UFS), n. 20, v. 1, p. 60-86, jan./jun. 2012.

TRICHES, Rozane Márcia; SCHNEIDER, Sérgio. Desestruturar para construir: interfaces para a agricultura familiar acessar o programa de alimentação escolar. Estudos Sociedade e Agricultura (UFRJ), Rio de Janeiro, Ano. 20, v. 1, p. 66 - 106, abr. 2012.

Downloads

Publicado

2022-09-23

Como Citar

Silva Júnior, M. A. F. da. (2022). A ABORDAGEM TERRITORIAL COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL: NOTAS E CONTRIBUIÇÕES ANALÍTICAS . Carpe Diem: Revista Cultural E Científica Do UNIFACEX, 19(01). Recuperado de https://periodicos.unifacex.com.br/Revista/article/view/1134